6 de outubro de 2012

Canto do Homem Novo



(Poema de J. Herculano Pires,
publicado no jornal Mensagem,
em julho de 1975)



Pisarei de cabeça erguida no limiar do amanhã.
Desvencilhei-me do passado. Meu compromisso é o
futuro.
Rasguei a carta fajuta da moral hipócrita,
quebrei os ídolos de barro,
esmaguei sob os pés os dogmas da crença e da
descrença.
Não busco a verdade nos mitos: encontrei-a em
mim mesmo.


Bebo o vinho da vida sem pedir licença.
Lavo a face da Terra com a água da verdade.
O fingimento, a mentira, a adulação, a perfídia
provocam-me náuseas.
Quero o mundo como ele é, a vida como ela é.
Quero olhar para a face de Deus
como a águia olha para o Sol.


Ninguém é responsável por mim, ninguém me
salva.
Deus emancipou-me na minha liberdade
e os temores do passado eu mesmo os supultei.
Não é orgulho saber que sou livre
e posso conquistar o Cosmos.
Minha humildade consiste em reconhecer os meus
limites.
Não nasci para ser escravo: a vida é liberdade.
Jogo no presente tudo o que possuo
e ganho o futuro.


Descobri que não sou frágil e não morro: sou
imortal.
Meu avô falhou, meu pai falhou, eu mesmo falhei
porque temíamos a vida. Mas agora amo a vida
e sei que viverei através dos milênios.
Meus limites se alargam na proporção em que
avanço.


A Razão é a minha bússola, a Verdade o meu norte.
Construirei o meu mundo, o mundo do meu tempo,
e o tempo renovado renovará o mundo.


Fui velho na juventude, serei jovem na velhice.
Que importa se o corpo envelhece? Ninguém deterá
os meus passos
e farei da morte um novo salto para as constelações.
Saltarei feliz sobre as galáxias do amanhã.


Não troquei o confessor pelo psicanalista,
nem a moral pela libertinagem.
Tenho uma estrela na fronte e sou a vestal do meu
fogo sagrado.
Quem apagará a labareda das minhas certezas?
Quem guiará os meus passos além da minha
consciência?
Aos que me odeiam, respondo com uma palavra:
amor!
Aos que me acusam, respondo com a piedade.
Aos que tentam escravizar-me, ajudo-os a se
libertarem.


Minha consciência é o Tribunal de Deus. Só Ele
me julga.
Como posso pedir o perdão daqueles que erram
mais do que eu?
Como posso dirigir-me a Deus através dos agentes
comerciais
da sua misericórdia, que ninguém pode vender?


Estou diante do mundo e sei que o mundo é a
minha oportunidade.
Deus não está no Céu nem o Diabo no Inferno.
Mas eu – homem – estou na Terra e a Terra é dos
Homens.
Temos de transformar a Terra – nós, os homens –
no Reino de Deus.
E onde estão as leis desse Reino, senão em nossa
consciência?
Se Deus está em mim, como posso adorá-lo fora?
E como posso negá-lo?
Como posso tremer ao lembrar-me de Deus, se Ele
é a minha consciência?
Basta voltar-me para mim mesmo para ver a Sua
face.


Os anos de terror já passaram. A ignorância morreu.
A rosa da Verdade abriu-se em meu coração.
Não choro, não gemo, não me apavoro.
Confio.
A vida cresce em mim e nada pode extingui-la.
Não me interessam os mistérios ocultos, os poderes
secretos.


Todo o poder me foi dado. E ninguém me pode
arrebatá-lo.
Contarei os átomos e as estrelas,
os grãos de areia e as galáxias,
e multiplicarei em minhas mãos
as rosas da Verdade.



J. Herculano Pires
Livro: Pedagogia Espírita


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