14 de julho de 2013

Opção importante




Você já estourou pipoca que não tenha sido no micro-ondas? Se já o fez, deve ter observado a bela transformação do milho duro em pipoca macia.
Imagine o milho, fechado dentro da panela, sentindo cada vez mais o ambiente ficar quente. Deve pensar que a sua hora chegou: vai morrer.
Dentro de sua casca dura, fechado em si mesmo, ele não pode supor destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. Não faz ideia do que é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece e ele aparece como uma outra coisa, completamente diferente: pipoca branca e macia.
*  *   *
Podemos nos comparar ao milho de pipoca. Somos criaturas duras, quebra-dentes, insensíveis, incompreensíveis. Tantas vezes, com uma visão distorcida da vida, sem valores reais.
Também passamos por transformações quando passamos pelo fogo. É a dor. São situações que nunca imaginamos vivenciar. Pode ser um fogo de fora: um amor que se vai, um filho que adoece gravemente, o emprego perdido, a morte de um amigo, de um irmão.
Pode ser um fogo de dentro, cuja causa demoramos para descobrir e que nos atormenta por largo tempo: medo, ansiedade, depressão, pânico.
Enquanto estamos sofrendo a ação incômoda do fogo, desejamos ardentemente que ele se apague, a fim de que tenhamos repouso das dores.
Contudo, sem tal sofrimento não acontecerá a grande transformação. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito a vida inteira.
São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosas. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser está ótimo.
Por sua vez, existem pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Acham que não pode existir nada mais maravilhoso do que o jeito delas serem.
A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. Essas podem ser comparadas ao piruá, aquele milho que se recusa a estourar e fica no fundo da panela, depois do alegre estouro da pipoca.
Lamentavelmente, essas criaturas não se permitem transformar na flor branca e macia para dar alegria a alguém. Não desejam se tornar mais maleáveis, doces, amorosas.
Perdem a chance de conquistar amizades que poderiam, logo mais, se solidificar em amores para o futuro risonho.
Ser piruá ou pipoca estourada - eis uma opção. Os que desejamos ser felizes e fazer a ventura dos que nos cercam, aceitamos as lições das dores, tornando-nos mais afáveis, gentis no trato, ponderados no falar. Aprendemos a usar a empatia, a fim de compreendermos as dores alheias.
*   *   *
Na pauta das atividades do amigo da cruz, entre as criaturas humanas, destacam-se os seus labores junto aos padecentes de todos os matizes.
Com Ele, todo e qualquer sofrimento achará o remédio, os sofredores encontrarão o necessário amparo e a vida de todos terá a luz e o rumo dos quais careçam, para a completa ventura dos dias futuros.

 Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria ignorada e pensamentos
finais do cap. 11, do livro 
Vida e mensagem, pelo Espírito Francisco de Paula Vítor,
psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 12.7.2013.

10 de julho de 2013

Aprendi...



"Eis o que eu aprendi
nesses vales
onde se afundam os poentes:
afinal, tudo são luzes
e a gente se acende é nos outros.
A vida é um fogo,
nós somos suas breves incandescências."

Mia Couto


9 de julho de 2013

Se o poeta falar num gato







Se o poeta falar num gato, numa flor,
num vento que anda por descampados e desvios
e nunca chegou à cidade…
se falar numa esquina mal e mal iluminada…
numa antiga sacada… num jogo de dominó…
se falar naqueles obedientes soldadinhos de chumbo que morriam de verdade…
se falar na mão decepada no meio de uma escada
de caracol…
Se não falar em nada
e disser simplesmente tralalá… Que importa?
Todos os poemas são de amor!

(Poema publicado originalmente no livro Esconderijos do Tempo, retirado de Poesia Completa – 

Por Fábio Rocha

Tabacaria

Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. Janelas do meu quarto, Do meu quarto de um dos milhões do mundo. que ninguém sabe quem é ( E se soubessem quem é, o que saberiam?), Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, E não tivesse mais irmandade com as coisas Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada De dentro da minha cabeça, E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida. Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu. Estou hoje dividido entre a lealdade que devo À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro. Falhei em tudo. Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada. A aprendizagem que me deram, Desci dela pela janela das traseiras da casa.

Fernando Pessoa

8 de julho de 2013

O Meu lugar em Você



Nosso amor tem uma forma ectoplasmática indivisível na qual, nenhuma das nossas moléculas afetivas se quebrará mais, pois, conseguimos encontrar a excelência de um estado químico confortável e de perene estabilidade das nossas emoções, tudo isto construído e conquistado pela força de um sentimento que, já nasceu adulto.
Eu em você, como a síntese deste nós, independemos das externalidades que irrompem como espasmos de vontades já sepultadas nos terrenos baldios de um perverso e conflituoso passado e que,transformamos em nova realidade e dela emergimos, voltando a respirar.
Você feriu de morte o Cavaleiro do Apocalipse eu, investi contra a Hydra decepando suas sete cabeças confusas e nós, aprendemos após, tantas vitórias, a selecionar e escolher melhor os mimos que a vida e os bufões destas conhecidas óperas pífias de cenários desabados,nos voltam a oferecer.
Aprendemos a perceber que, inevitavelmente, alguns daqueles presentes terão a cara e o corpo de um indesejável Cavalo de Tróia, autentico engodo destrutivo.
E, por termos aprendido a subjugar tantos outros personagens do mal,até mesmo Zeus identificou-se conosco, apesar da monumentalidade das alturas que sempre esteve e, mandou nos convidar para subirmos ao Olímpio.
Declinamos com humildade, e no momento certo, quando descobrimos que,também aquele generoso deus mitológico, apenas queria usar os nossos pés fincados em solo firme de um amor sólido, para colocá-los naquele tal do Aquiles,em substituição aos seus calcanhares inseguros, precários e vulneráveis.
Como vê temos escapados sempre destas armadilhas existenciais.
O meu lugar em você tem se mantido ileso, assim como, as suas opções e certezas afetivas tem conseguido fôlego necessário para dribles desconcertantes em nossos adversários.
Nosso entorno,portanto, não necessita mais de cercas protetoras, afinal,é no encontro dos nossos corpos, pulsar compassado dos nossos corações e trocas inevitáveis de calor que nos mantemos afastados daquela fria infelicidade pretérita. 
Temos nos mantidos afastados dos perigos que, possam gerar outras nódoas em nossos corpos e principalmente, nas nossas almas.
Agora, nosso espetáculo de vida tem a beleza do sorriso banguela de um bebê, a incontida permanência de um abraço acolhedor de mãe, a sinceridade de nossas mãos estendidas um para outro e,certos de que,estas mãos jamais se transformarão em armas que machuquem,macerem,magoem ou firam a integridade do nosso amor.
Que venham,portanto, as novas pragas do Egito!

Por Paulo Tamburro

exercício sobre a saudade

Eu quero todo o troco da minha vida
em balas coloridas
inverter a gravidade por momento
subir o morro com meu carrinho rolimã
rolaram as maçãs
do teu rosto em minha boca
o sol esquenta essa cidade
e me coloca a esperar a colheita
de tua estação.


 Por Lorenzo Ganzo Galarçatem 18 anos, mora em Porto Alegre e é autor do Blog: "INCRÍVEL HUMANIDADE".

Para viver bem


Dê mais às pessoas, MAIS do que elas esperam, e faça com alegria.
· Decore seu poema favorito.
· Não acredite em tudo que você ouve, gaste tudo o que você tem e durma tanto quanto você queira.
· Quando disser "Eu te amo" olhe as pessoas nos olhos.
· Fique noivo pelo menos seis meses antes de se casar.
· Acredite em amor à primeira vista.
· Nunca ria dos sonhos de outras pessoas.
· Ame profundamente e com paixão.
· Você pode se machucar, mas é a única forma de viver a vida completamente.
· Em desentendimento, brigue de forma justa, não use palavrões.
· Não julgue as pessoas pelo seus parentes.
· Fale devagar mas pense com rapidez.
· Quando alguém perguntar algo que você não quer responder, sorria e pergunte: "Porque você quer saber?".
· Lembre-se que grandes amores e grandes conquistas envolvem riscos.
· Ligue para sua mãe.
· Diga "saúde" quando alguém espirrar.
· Quando você se deu conta que cometeu um erro, tome as atitudes necessárias.
· Quando você perder, não perca a lição.
· Lembre-se dos três Rs: Respeito por si próprio, respeito ao próximo e responsabilidade pelas ações.
· Não deixe uma pequena disputa ferir uma grande amizade.
· Sorria ao atender o telefone, a pessoa que estiver chamando ouvirá isso em sua voz.
· Case com alguém que você goste de conversar. Ao envelhecerem suas aptidões de conversação serão tão importantes quanto qualquer outra.
· Passe mais tempo sozinho.
· Abra seus braços para as mudanças, mas não abra mão de seus valores.
· Lembre-se de que o silêncio, às vezes, é a melhor resposta.
· Leia mais livros e assista menos TV.
· Viva uma vida boa e honrada. Assim, quando você ficar mais velho e olhar para trás, você poderá aproveitá-la mais uma vez.
· Confie em Deus, mas tranque o carro.
· Uma atmosfera de amor em sua casa é muito importante. Faça tudo que puder para criar um lar tranquilo e com harmonia.
· Em desentendimento com entes queridos, enfoque a situação atual.
· Não fale do passado.
· Leia o que está nas entrelinhas.
· Reparta o seu conhecimento. É uma forma de alcançar a imortalidade.
· Seja gentil com o planeta.
· Reze. Há um poder incomensurável nisso.
· Nunca interrompa enquanto estiver sendo elogiado.
· Cuide da sua própria vida.
· Não confie em alguém que não fecha os olhos enquanto beija.
· Uma vez por ano, vá a algum lugar onde nunca esteve antes.
· Se você ganhar muito dinheiro, coloque-o a serviço de ajudar os outros, enquanto você for vivo. Esta é a maior satisfação de riqueza.
· Lembre-se que o melhor relacionamento é aquele em que o amor de um pelo outro é maior do que a necessidade de um pelo outro.
· Julgue seu sucesso pelas coisas que você teve que renunciar para conseguir.
· Lembre-se de que seu caráter é seu destino.
· Usufrua o amor e a culinária com abandono total."
Dalai Lama

7 de julho de 2013

um naco de simplicidade

benditos os que fazem o almoço de domingo
enquanto cantam, dançam e riem de si mesmos
ouvindo qualquer estação mais popular de rádio
os que nem estão pensando em dizer nada de mais
nada de muito eloquente e nada de impressionante
apenas sentindo o cheiro da cebola fritando no óleo
enquanto o cachorro e o gato correm da sala pra rua. 

benditos os que nem se pensam poetas, ou se sabem
mas que veem poesia onde quase ninguém mais consegue
porque olham além da janela da cozinha enquanto cozinham
e percebem que o sol não é apenas uma bola amarela no céu
e notam sempre todos os desenhos feitos por todas as nuvens
e não perdem a capacidade de serem surpreendidos por elas
porque não estão olhando somente pra dentro de si mesmos.
benditos os que preferem caminhar pelas ruas aos domingos
ou tirar um bom cochilo sobre o sofá depois do almoço
em vez de ligar a televisão pra arranjar programação
ou matar tempo em frente à tela de um computador
como eu, aqui e agora, perdendo sol e nuvens
somente pra ter alguém que me ouça.

6 de julho de 2013

decifra-te, ou devoram-te

não me leves tão a sério
não te leves tão a sério
descobrimo-nos na imperfeição
o mundo ainda existirá depois de nós
mas nenhuma gota de sangue será eterna.
o chão de Nazca já existia antes de seus desenhos
que somente a natureza, infalível, saberá conservar
(porque a natureza nunca precisou de ensinamentos)
os tigres não precisam de filosofia.
e nós?
caçamos milhares de porquês para os nossos instintos.
já fizeste uma comparação para perceber a incrível diferença
entre um bando de leões sobre um deserto em silêncio
e uma multidão de pessoas sobre algum lugar cimentado?
as vozes atropelam muito mais do que os veículos
pois muitas cabem em um mesmo metro quadrado
mas quantas cabem dentro das nossas consciências?
nem toda pergunta deve ser respondida
muitos foram devorados pela fúria da Esfinge
perderam a vida em busca de uma única resposta.
por isso não te leves tão a sério
decifra-te e depois ri
mas esteja de olhos sempre abertos para o Universo.
PPor Ulisses Borges - Geminiano, nasceu em Torres e é poeta por instinto. Alguns de seus poemas já foram publicados em jornais e revistas (impressas e virtuais). É autor do blog "eu é um outro".

fonte: www.argumento.net

Eterno Amor


Na senda de um Amor enobrecido
Descansa um sentimento inquebrantável,
Consubstanciando a corrente imponderável
De um profundo querer-bem, embevecido.


Balsamizando a estrada etérea da existência,
O verdadeiro Amor arrebata o ser vivente,
Sublimando o caminhar, a experiência,
Refletindo, dos céus, a excelsa dádiva presente.


O verdadeiro Amor é púlpito celeste,
Plácida nascente a vicejar o agreste,
Prorrompendo luzes de ventura...


É Astro espargindo diamantinos raios de certeza,
Que resplandecem no átrio adamantino de beleza
A existir no coração do Ser que Ama...

Por João César

4 de julho de 2013

A matemática da vida



Quando somos estudantes, nem sempre conseguimos atinar com o objetivo de se estudar determinadas matérias. É comum ouvirmos de garotos e garotas comentários a respeito dessa ou daquela matéria, da qual não conseguem vislumbrar necessidade para suas vidas.
Contudo, tudo é aplicável na nossa vida. Vejamos, por exemplo, a matemática. Além de nos fornecer possibilidades no trato com cálculos, sem os quais ficaria comprometido o nosso conforto pois não se poderiam construir as maravilhas da engenharia moderna, nem estabelecer relações comerciais com os indivíduos e as nações, verificamos que  ela se encontra presente em nossa intimidade.
Contam-se as batidas da bomba cardíaca e os movimentos respiratórios para avaliação do estado de saúde ou enfermidade dos indivíduos. E, na nossa vida moral, podemos utilizar muito das operações aritméticas mais simples.
Assim, podemos subtrair um pouco do conforto de algumas horas e as aplicarmos em benefício do próximo. Somamos méritos para nós mesmos.
Se subtrairmos do nosso coração o orgulho, somaremos humildade à nossa personalidade e a soma final será grandiosa.
Subtraindo erros das nossas vidas, somaremos mais anos de paz à nossa existência.
Subtraindo a maldade da nossa mente, somaremos amor e bondade à nossa fé, conquistando em resultado um saldo de alegrias.
Subtraindo o desespero das nossas tarefas, encontraremos a esperança que, somada à renúncia, nos ofertará dias de muita ventura.
Subtraindo o ódio dos nossos passos e somando dedicação ao serviço do bem, teremos um resultado equilibrado.
Subtraindo a inquietação das nossas noites, receberemos uma soma de repouso benéfico.
Subtraindo a ironia dos nossos lábios, somaremos piedade às nossas palavras, resultando em compreensão ao nosso semelhante.
Subtraindo a inveja dos nossos olhos, somaremos caridade às vidas alheias, habilitando-nos para a claridade da vida maior.
Subtraindo o mal das nossas horas e somando aos minutos ações abençoadas, nosso saldo será de dias povoados de oportunidades de auxílio.
Enfim, subtraindo os maus instintos, que nos infelicitam os dias, colocando em seu lugar a soma dos nossos esforços na ternura, descobriremos um saldo extra de conquistas valiosas na operação final da existência.
E quem não deseja um saldo extra?
*   *   *
Quanto menos lutas redentoras, mais dores nos alcançarão na vida.
Quanto menos disposição para a renovação, mais inquietudes em nossas noites.
Quanto menos esforço pessoal, mais desespero em nossos labores diários.
Quanto menos amor nos nossos dias, mais tortura a nos afligir os corações.
Subtrair coisas negativas e somar as positivas determinará exatamente o padrão das nossas vidas, concedendo-nos harmonia e nos habilitando para o grande voo rumo às estrelas, ao infinito, à perfeição.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Na subtração
e na soma, do livro Ementário espírita, pelo Espírito Marco Prisco,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. O clarim.
Em  1.7.2013.

A Difrença entre Psicólogo, Psiquiatra e Psicanalista.



O termo “psi”, bastante utilizado pelas pessoas, muitas vezes pode ser permeado de confusão quanto aos significados, principalmente quando se refere aos profissionais indicados por este termo: psiquiatra, psicólogo ou psicanalista. O psiquiatra é um profissional da medicina que após ter concluído sua formação, opta pela especialização em psiquiatria, esta é composta de 2 ou 3 anos e abrange estudos em neurologia, psicofarmacologia e treinamento específico para diferentes modalidades de atendimento, tendo por objetivo tratar as doenças mentais. Ele é apto a prescrever medicamentos, habilidade não designada ao psicólogo. Em alguns casos, a psicoterapia e o tratamento psiquiátrico devem ser aliados. O psicólogo tem formação superior em psicologia, ciência que estuda os processos mentais (sentimentos, pensamentos, razão) e o comportamento humano. O curso tem duração de 4 anos para o bacharelado e licenciatura e 5 anos para obtenção do título de psicólogo.

No decorrer do curso a teoria é complementada por estágios supervisionados que habilita o psicólogo a realizar psicodiagnóstico, psicoterapia, orientação, entre outras. Pode atuar no campo da psicologia clínica, escolar, social, do trabalho, entre outras.

O profissional pode optar por um curso de formação em uma abordagem teórica, como a gestalt-terapia, a psicanálise, a terapia cognitivo-comportamental.

O psicanalista é o profissional que possui uma formação em psicanálise, método terapêutico criado pelo médico austríaco Sigmund Freud, que consiste na interpretação dos conteúdos inconscientes de palavras, ações e produções imaginárias de uma pessoa, baseado nas associações livres e na transferência. Segundo a instituição formadora, o psicanalista pode ter formação em diferentes áreas de ensino superior.

Fonte: Brasil escola

3 de julho de 2013

Como você pode saber se alguém realmente lhe ama?





Existem três camadas no indivíduo humano: sua fisiologia, o corpo; sua psicologia, a mente; e seu ser, seu eu eterno. Amor pode existir em todos os três planos, mas suas qualidades serão diferentes. No plano da fisiologia, do corpo, é simples sexualidade. Você pode chamar isso de amor, porque a palavra ‘amor’ parece ser poética, bela. Mas noventa e nove por cento das pessoas estão chamando o sexo delas de amor. Sexo é biológico, psicológico. Sua química, seus hormônios – tudo que é material está envolvido nisso.

Você se apaixona por um homem ou por uma mulher. Você pode descrever exatamente porque essa mulher lhe atraiu? Certamente você não pode ver o eu dela, você ainda nem viu seu próprio eu. Você também não pode ver a psicologia dela, porque para ler a mente de alguém não é uma tarefa fácil. Então o que é que você viu nessa mulher? Alguma coisa na sua fisiologia, na sua química, nos seus hormônios, se sente atraído pelos hormônios, pela fisiologia, pela química da mulher. Isso não é um caso de amor; isso é um caso químico.

Pense bem: a mulher por quem você se apaixonou vai ao médico, muda de sexo, deixa a barba e o bigode crescerem. Você ainda fica apaixonado por ela? Nada mudou, somente a química, os hormônios. Para onde foi seu amor?

Somente um por cento das pessoas conhece um pouco mais profundamente. Poetas, pintores, músicos, dançarinos, cantores têm uma sensibilidade que podem sentir além do corpo. Eles podem sentir as belezas da mente, as sensibilidades do coração, porque eles próprios vivem nesse plano.

Lembre-se que isso é uma regra básica: onde quer que você viva, você não pode ver além disso. Se você vive no seu corpo, se você pensar que é somente seu corpo, você só pode ser atraído pelo corpo de alguém. Esse é o estágio fisiológico do amor. Porém, um músico, um poeta, vivem num plano diferente. Ele não pensa, ele sente. E devido a que ele vive no coração dele, ele pode sentir o coração de outra pessoa. Isso é geralmente chamado de amor. Isso é raro. Estou dizendo talvez somente um por cento, de vez em quando.

Porque muitos não estão se movendo para o segundo plano se este é tremendamente belo? Mas há um problema: qualquer coisa muito bonita é também muito delicada. Não é ferramenta, é feito de vidro muito frágil. E uma vez que um espelho cai e se quebra, então não há como reuni-lo novamente. As pessoas temem de se envolverem muito e de alcançar as delicadas camadas do amor, devido a esse estágio o amor é tremendamente belo, mas também tremendamente mutante.

Sentimentos não são pedras, são como rosas. É melhor ter uma rosa de plástico, porque ela estará sempre lá e todo dia você pode banhá-la e ela estará fresca. Você pode colocar algum perfume francês nela. Se a cor dela desaparecer você pode pintá-la novamente. Plástico é uma das coisas mais indestrutíveis no mundo. Ela é estável, permanente; assim as pessoas param no fisiológico. É superficial, mas é estável.

Poetas e artistas são conhecidos por se apaixonarem todos os dias. O amor deles é como uma flor rosa. Enquanto está presente ela é tão fragrante, tão viva, dançando ao vento, na chuva, no sol, declarando suas belezas. Mas à noite ela se vai, e você não pode fazer nada para impedir isso. O mais profundo amor do coração é somente como uma brisa que chega no seu quarto, traz sua frescura, serenidade, e então se vai. Você não pode segurar o vento em suas mãos.

Bem poucas pessoas são tão corajosas para viver de momento a momento, uma vida mutante. Daí, elas decidirem se entregarem a um amor do qual elas possam depender. Eu não sei que tipo de amor você conhece – muito provavelmente o primeiro tipo, talvez, o segundo tipo. E você teme que se você alcançar seu ser, o que acontecerá ao seu amor? Certamente ele se vai – mas você não será um perdedor. Um novo tipo de amor irá surgir o qual, talvez, só acontece a uma pessoa em milhões. Esse amor só pode ser chamado de amorosidade.

O primeiro amor deve ser chamado de sexo. O segundo amor deve ser chamado de amor. O terceiro deve ser chamado de amorosidade – uma qualidade, não direcionada – não possessiva e que não permite ninguém mais lhe possuir. Essa qualidade amorosa é uma revolução tão radical que mesmo concebê-la é muito difícil.

Jornalistas têm me perguntado, “Porque tem tantas mulheres aqui?” Obviamente, a questão é relevante, e eles ficam chocados quando lhes respondo. Eles não estavam preparados para a resposta. Eu disse a eles, “Sou um homem”. Eles olharam para mim, incrédulos. Eu disse, “É natural que muito mais mulheres estejam aqui, pela simples razão de que tudo que elas conheceram na vida delas foi sexo, ou em raros casos, talvez alguns momentos de amor. Mas elas nunca chegaram a conhecer o sabor da amorosidade”. Eu disse para esses jornalistas, “Mesmo os homens que vocês vêem aqui desenvolveram muitas qualidades femininas neles que estavam reprimidas pela sociedade exterior”.

Desde o princípio é dito a um menino, “Você é um menino, não uma menina. Comporte-se como um menino! Lágrimas caem bem numa menina, mas não para você. Seja macho”. Assim todo menino vai eliminando suas qualidades femininas. E tudo que é belo é feminino. Então finalmente o que resta é somente um animal selvagem. Toda a função dele é reproduzir filhos. A menina não é permitida ter qualquer coisa com qualidades masculinas. Se ela quiser subir numa árvore ela será impedida imediatamente, “Isso é para meninos, não para meninas!” Estranho! Se a menina possui o desejo de subir na árvore, isso é prova suficiente para ela ter permissão.

Todas as sociedades criaram roupas diferentes para os homens e para as mulheres. Isso não está certo; porque todo homem é também uma mulher. Ele veio de duas fontes: o pai e a mãe. Ambos contribuíram para seu ser. E toda mulher é também um homem.
Nós destruímos ambos. A mulher perdeu toda a coragem, aventura, raciocínio, lógica, porque essas são tidas como qualidades masculinas. E o homem perdeu a graça, sensibilidade, delicadeza. Ambos se tornaram metades. Esse é um dos maiores problemas que temos que resolver – pelo menos para nosso povo.

Meus sannyasins precisam ser ambos: metade homem, metade mulher. Isso os tornará mais ricos. Eles irão ter todas as qualidades que estão disponíveis aos seres humanos, não apenas a metade. A ponto de ser, você simplesmente tem uma fragrância de amorosidade. Os jornalistas me perguntaram, “Você ama Sheela?” Eu disse, “É claro. Mas eu amo tantas mulheres que nem mesmo sei o nome delas. E não somente mulheres – amo tantos homens, porque eles também são metade mulher”. Em um milhão de sannyasins ao redor do mundo, eu não posso apontar para uma só pessoa e dizer, “Essa é a pessoa que amo”. Só posso dizer, “Eu amo”. Quem quer que esteja pronto para receber meu amor... está disponível. Então não tenham receio. Seu medo está certo: o que você tem como amor irá embora, mas o que virá no lugar é imenso, infinito. Você será capaz de amar sem ficar apegado. Você será capaz de amar muitas pessoas porque amar uma pessoa só é manter a si mesmo pobre. Uma pessoa pode dar uma certa experiência de amor, mas amar muitas pessoas...

Você ficará surpreso que cada pessoa lhe dá um novo sentimento, uma nova canção, um novo êxtase. Conseqüentemente, sou contra o casamento. Na minha visão, casamentos na comuna devem ser dissolvidos. Pessoas podem viver juntas por toda a vida se quiserem, mas isso não é uma necessidade legal. Pessoas devem se movimentar, ter tantas experiências de amor quanto possível. Não devem ser possessivos. Possessibilidade destrói o amor. E eles não devem ser possessivos porque isso novamente destrói ser amor.

Todos os seres humanos são dignos de serem amados. Não há nenhuma necessidade de ficar acorrentado a uma pessoa por toda sua vida. Essa é uma das razões do porquê todas as pessoas ao redor do mundo parecem tão entediadas. Porque elas não podem sorrir como você? Porque elas não podem dançar como você? Elas estão acorrentadas com correntes invisíveis: casamento, família, marido, esposa, filhos. Elas estão sobrecarregadas com todo tipo de deveres, responsabilidades, sacrifícios. E você quer que eles sorriam e dancem e se alegrem? Você está pedindo o impossível. Torne o amor das pessoas livre, torne as pessoas não-possessivas. Mas isso só pode acontecer se na sua meditação você descobrir o seu ser. Não é nada para se praticar.

Não estou lhes dizendo, “Hoje à noite você procure uma outra mulher apenas para praticar”. Você não irá conseguir coisa alguma e você pode perder sua esposa. E pela manhã você vai parecer tolo. Isso não é uma questão de praticar, é uma questão de descobrir o seu ser. A qualidade da amorosidade impessoal segue a descoberta de seu ser. Assim você simplesmente ama. E isso vai se espalhando. Primeiro, nos seres humanos, depois nos animais, pássaros, árvores, montanhas, estrelas. Um dia chega quando todo esse universo é seu amado. Esse é o nosso potencial. E qualquer um que não estiver realizando isso está desperdiçando sua vida.

Sim, você terá que perder algumas coisas, mas são coisas sem valor. Você estará ganhando tanto que você nunca pensará novamente no que você perdeu. Uma pura amorosidade impessoal que possa penetrar no ser de qualquer um – esse é o resultado da meditação, do silêncio, do mergulhar profundo dentro de seu próprio ser. Estou simplesmente tentando lhe persuadir. Não tenha medo de perder o que você tem.

Osho,  líder espiritual e filósofo, descreve maravilhosamente o que é o amor e suas diversas fases.


Aprendendo a amar – o poder de um bicho de estimação.



Quando eu estava na quarta série entendi que poderia, um dia, escrever bem. Numa sala cheia de pré-adolescentes, a minha redação foi escolhida para ser a “lida da semana” pela professora. Um exemplo de redação! Isso, me lembro ainda, causou o furor de algumas coleguinhas invejosas e a admiração de meninos tão despreparados para a vida quanto eu naquele momento. Fiz uma redação muito bonita cujo título era “Xuxu, como eu gostaria de tê-lo para mim”.


Xuxu era o cachorrinho do meu padrinho, um homem frio e distante, com quem eu encontrei poucas vezes na minha vida. Mas o cãozinho de pêlos curtos e dourados nunca saiu da minha cabeça infantil. Já naquela época, e como toda criança, eu era doida pra ter um cachorro. E, claro, como quase todas as mães, a minha não queria de jeito nenhum. Isso por um trauma dela, de infância. Problemas de família.


Anos depois, já aos meus 18 anos, minha mãe resolveu abrir a guarda. Minha irmã mais nova infernizou a vida dela, até que ela aceitasse um dos cãozinhos da ninhada de cinco que uma cadela de propriedade de uma amiga dela tinha parido. Era uma poddle. Abricó. 


No dia em que fomos buscá-la fazia um sol danado. Chegando lá a dona foi pegá-la e a trouxe embrulhada nuns paninhos brancos, toda enrugada ainda. Minha mãe a pegou e a colocou no colo com lágrimas nos olhos. De alguma maneira sabíamos o quanto aquele cãozinho seria importante para as nossas vidas. Estávamos num momento de mudanças importantes e de vitórias depois de anos de lutas e sacrifícios. Meg, como a apadrinhamos, veio como um prêmio a uma infância difícil que ficava para trás, de problemas financeiros que começavam a ser sanados e de escolhas complicadas que não pareciam mais tão difíceis aos 18 anos. Ela era a nossa princesinha.


Trouxemo-la para casa e a colocamos numa caminha limpa e fofa na lavanderia. Até então era lá o local de onde ela nunca deveria sair. Mas, já na primeira noite ouvimos o chorinho agudo e a deixamos entrar nos quartos... só um pouquinho. Depois ela subiu na cama... só um pouquinho. E de lá nunca mais saiu. Pelos próximos 13 anos ela viveu como um membro da família: cama própria (embaixo da cama da minha mãe), banheiro privativo, brinquedos e mais um monte de coisinhas tipicamente caninas.


Alguns pediriam que trocássemos nosso cachorro por uma criança pobre. Mas, eu digo que a relação com um cãozinho é completamente diferente. Ela era arteira e fazia xixi pela casa, vomitava, dava um trabalhão. Mas quando chegávamos em casa, não interessa de onde, ela olhava com seus olhos pretinhos como que dizendo “seja bem vinda” e abanava o rabinho um milhão de vezes. Depois deitava no seu cantinho, com a barriguinha cheia de quibe e queijo e roncava no sono dos justos. 


Por muitas vezes olhava para ela e pedia para nascer cachorro na próxima encarnação. Por muitas vezes olhei para ela quando estava feliz e contava-lhe alguma novidade boa, como o telefonema do meu amor. Outras vezes ela me pegava xingando o desgraçado e simplesmente se sentava ao meu lado para que eu alisasse os pêlos branquinhos e curtinhos.


Na semana passada ela fez uma cirurgia. Mais uma dentre tantas pelas quais ela já tinha passado. E não voltou mais para casa.


Fico me perguntando: para onde vão as almas dos cães? Acho que nunca li sobre isso em lugar algum. Como ainda não descobri, só tratei de pensar nas coisas boas que ela tinha deixado. Seus olhinhos pretos e sinceros. Seu sorriso de cachorro (sim, os cães também dão muita risada). As brincadeiras, a maciez dos seus passinhos em casa. Os lacinhos espalhados pela sala. Até mesmo a sujeira que ela fazia.


Ainda estou chorando. Ainda estou de luto. Um luto que não passará tão fácil como eu pensei um dia. Ela era mais do que eu poderia imaginar na minha vida. Era uma companheira, muitas vezes mais companheira que os humanos. Ela era amiga, confidente. Ela foi o maior exemplo de amor incondicional que eu já tive. E, a mim, só resta seguir os seus exemplos. Dar amor, incondicional, amar, amar, amar... e viver, viver, viver... porque não é necessário esperar mais uma encarnação para aprender a amar. Eu disse “Eu te amo” para ela muitas vezes, mesmo sabendo como é difícil falar isso para o nosso pai, nosso amor, nossos amigos. Mas essa foi a maior lição que ela poderia ter deixado.


Termino o texto com lágrimas nos olhos, pensando que um dia vamos nos reencontrar. E eu já terei aprendido a amá-la como eu sei que ela me amou: incondicionalmente.


por Andrea Pavlovitsch - andreapavlovitsch@gmail.com



1 de julho de 2013

Tanto que fazer...



Tanto que fazer!
livros que não se leem, cartas que não se escrevem,
línguas que não se aprendem,
amor que não se dá,
tudo quanto se esquece.
.
Amigos entre adeuses,
crianças chorando na tempestade,
cidadãos assinando papéis, papéis, papéis...
até o fim do mundo assinando papéis.
.
E os pássaros detrás de grades de chuva.
E os mortos em redoma de cânfora.
(E uma canção tão bela!)
.
Tanto que fazer!
E fizemos apenas isto.
E nunca soubemos quem éramos,
nem para quê.
Cecília Meireles

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