27 de setembro de 2009

O Fogo Interior



Cada vez que eu entrava em estado de consciência intensificada, não podia deixar de maravilhar-me com a diferença entre meus dois lados. Sempre sentia como se um véu tivesse sido removido de meus olhos, como se eu estivesse parcialmente cego antes e agora pudesse ver. A liberdade, a pura alegria que me possuía nessas ocasiões não podem ser comparadas com nenhuma outra coisa que jamais tenha sentido. Entretanto, ao mesmo tempo havia uma assustadora sensação de tristeza e saudade que vinha de mãos dadas com aquela alegria e liberdade.


Dom Juan tinha dito que não se pode ser completo sem tristeza e saudade, pois sem tais coisas não existe sobriedade, nem benevolência. Sabedoria sem benevolência, afirmou ele e conhecimento sem sobriedade são inúteis.


A vaidade é o nosso maior inimigo, pense sobre isso... o que nos enfraquece é nos sentirmos ofendidos pelos feitos e desfeitas de nossos semelhantes. Nossa vaidade faz com que passemos a maior parte de nossas vidas ofendidos por alguém.

Os novos videntes recomendavam que todo esforço devia ser feito para erradicar a vaidade da vida dos guerreiros.
Eu segui aquela recomendação e muitos dos meus esforços com você tem sido dirigidos a mostrar-lhe que sem vaidade, somos invulneráveis.


Os guerreiros da liberdade total escolhem o momento e o modo de sua partida deste mundo. É então que os consome um fogo interior e desaparecem da face da terra, livres, como se nunca estivessem existido.


Do Livro O Fogo Interior - Carlos Castaneda.

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